Servidora presa por desviar R$ 2,5 milhões de contas judiciais beneficiava parentes e comprou carros, imóveis e ouro

A servidora do Tribunal de Justiça de São Paulo Eliana Vita de Oliveira, de 53 anos, que foi presa por suspeita de desviar R$ 2,5 milhões de contas judiciais, tinha como beneficiários cinco cúmplices do esquema, entre parentes e vizinhas dela. Eles recebiam de 5% a 10% do valor desviado.

Os valores eram provenientes de apreensões de dinheiro de criminosos pela polícia, que iam para contas judiciais em nome do TJ-SP. Como escrevente chefe no Departamento de Inquéritos Policiais da Justiça Paulista (DIPO), Eliana tinha acesso a milhares de processos arquivados.

A Polícia Civil e o Ministério Público descobriram o que Eliana fez com parte do dinheiro do crime: comprou ouro, veículos e também adquiriu imóveis, dentre eles, uma cobertura no Guarujá, na Praia da Enseada, uma das mais famosas do litoral paulista.

Mas para onde o dinheiro deveria ter ido?

 

Se não tivessem ido parar no bolso da Eliana e dos outros integrantes do grupo, os mais de R$ 2,5 milhões iriam para o Fundo Nacional Antidrogas e para o Fundo Penitenciário.

“A retirada de R$ 2 milhões é mais um impacto forte em uma política pública que precisa de investimento”, explicou Rafael Velasco Brandini, secretário nacional de Políticas Penais do Fundo Penitenciário.

“Com esse valor, podem ser desenvolvidas muitas ações. Capacitação de servidores, um auxílio, um atendimento a uma vítima de um crime, desenvolvimento de atividades e alternativas penais”, completou.

O que diz a servidora

Em depoimento à polícia, a escrevente chefe confessou tudo. Disse que descobriu “uma brecha no sistema processual”, que fez a primeira fraude “em 2021, de forma experimental”, e como não houve nenhuma dificuldade, realizou os outros cinco desvios de dinheiro.

Fonte: G1

Foto: Internet