PM salva jovens da morte no “tribunal do crime”.

No submundo das facções criminosas, a regra é clara: qualquer transgressão é punida com a morte, e nem mesmo os próprios integrantes estão a salvo. Esse foi o destino que aguardava dois jovens em Marabá, sudeste do Pará, na última segunda-feira (12/08). A cena, que mais se assemelha a um tribunal cruel e sumário, revela a brutalidade com que essas organizações atuam, espalhando medo e violência por onde passam.

Por volta das 17h, uma ação rápida e precisa da Polícia Militar evitou que um duplo homicídio fosse consumado. Os policiais chegaram ao local após uma denúncia anônima ao Núcleo Integrado de Operações (NIOP-190), que relatava a situação desesperadora dos dois jovens. Amarrados desde o início da tarde, Jailson Correa Silva e Mikeas Felipe da Silva Lima aguardavam sua sentença de morte, ditada pelos traficantes que dominam a região.

O cenário era típico das periferias controladas pelo crime: uma casa modesta na Folha 6, bairro Nova Marabá, próxima à Escola Albertina Moreira. Quando a guarnição cercou o imóvel, dois suspeitos fugiram, desaparecendo na vegetação densa. Outros dois homens, encontrados amarrados nos fundos da casa, foram resgatados pelos policiais.

Os sobreviventes relataram uma história de engano e violência. Usuários de drogas, eles haviam ido ao local para comprar entorpecentes, mas foram acusados de pertencer a uma facção rival. Apesar de suas negativas, foram brutalmente torturados e aguardavam a execução iminente.

A intervenção da Polícia Militar não apenas salvou vidas, mas também expôs a rotina de barbárie que essas facções impõem. A operação resultou na apreensão de uma grande quantidade de drogas e materiais usados para o tráfico: 88 invólucros de maconha, 33 porções de crack, 133 unidades de “cocaína negra”, além de três pedaços de maconha prensada, 52 unidades de cocaína, uma sacola de cocaína em pó e duas balanças de precisão.

O caso, agora sob investigação da Polícia Civil, ilustra o terror disseminado por essas organizações, que, com suas práticas de “justiça” própria, contaminam a sociedade com violência e desespero.

Fonte: Ver o Fato.