Tá na Ita, tá legal!

Pastor Arilton Moura é preso em Belém durante operação da PF que investiga esquema de desvios de verba do MEC

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, com o pastor Arilton Moura em 30/11/2021 — Foto: Luis Fortes/MEC

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, com o pastor Arilton Moura em 30/11/2021 — Foto: Luis Fortes/MEC

O pastor Arilton Moura foi preso em Belém, nesta quarta-feira (22), durante operação “Acesso Pago”, da Polícia Federal, que investiga um esquema de tráfico de influência e corrupção no Ministério da Educação (MEC).

O ex-ministro de Educação do presidente Jair Bolsonaro, Milton Ribeiro, foi preso pela operação em Santos (SP) por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas.

Arilton é acusado de pedir propina a prefeitos para que recursos do MEC fossem liberados para a construção de escola no Pará.

Ao todo, a operação cumpre 13 mandados de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal para investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao MEC.

Os agentes também cumprem medidas cautelares diversas como proibição de contatos entre os investigados e envolvidos.

 

 

Bíblia com foto de Milton Ribeiro foi distribuída em evento religioso no Pará. — Foto: Reprodução

Bíblia com foto de Milton Ribeiro foi distribuída em evento religioso no Pará. — Foto: Reprodução

Foto em bíblia no Pará

 

Em março de 2022, Milton Ribeiro afirmou que autorizou a produção de Bíblias com a sua imagem e a distribuição gratuita delas em um evento de cunho religioso. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, no entanto, as obras com a foto de Ribeiro (ao lado da esposa) foram dadas aos convidados de um encontro do Ministério da Educação (MEC) em Salinópolis (PA), a 220 quilômetros de Belém.

Na ocasião, segundo a reportagem, estavam prefeitos e secretários municipais, além dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, supostamente envolvidos no escândalo da pasta. Os dois também aparecem em fotos nesta edição da Bíblia.

Ribeiro disse, em um post no Twitter, que descobriu, no final de outubro de 2021, que os livros estavam sendo distribuídos em eventos sem sua autorização.

“Novamente agi com diligência e de forma tempestiva para evitar o uso indevido de minha imagem. Imediatamente, em 26 de outubro de 2021, enviei ofício desautorizando esse tipo de distribuição. Segue [sic] documentos comprobatórios”, escreveu no Twitter.

Operação

 

Segundo a PF, a investigação iniciou com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro privilegiado de um dos investigados.

Com base em documentos, depoimentos e relatório final da investigação preliminar sumária da Controladoria-Geral da União, reunidos no inquérito policial, foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas.

Ainda de acordo com a PF, as ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, após declínio de competência à 1ª instância.

O crime de tráfico de influência está previsto no artigo 332 do Código Penal, com pena prevista de 2 a 5 anos de prisão.

São investigados também os crimes de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa, todos também previstos no Código Penal.

Relembre o caso

 

O inquérito foi aberto após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos dois pastores. Dias depois, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.

Após a revelação do áudio, Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.

Registros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) apontam dezenas de acessos dos dois pastores a gabinetes do Palácio do Planalto.

Fonte: G1 Pará