O Auxílio Emergencial foi responsável por ajudar milhões de famílias durante os períodos mais difíceis da pandemia de Covid-19. Por intermédio da Caixa Econômica Federal, o benefício alcançou quase 40 milhões de brasileiros, mas, em alguns casos, este dinheiro não chegou nas mãos de quem realmente precisava.
Na manhã desta quarta-feira (20), a Polícia Federal do Pará deflagrou a segunda fase da operação Thesaurus, com o objetivo de combater a apropriação indevida de valores destinados ao pagamento do Auxílio Emergencial e lavagem de dinheiro.
BUSCA E APREENSÃO
Cerca de 56 policiais federais cumpriram na Região Metropolitana de Belém e na cidade de Natal-RN, 17 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária, expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária no Estado do Pará.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados, além do sequestro de 23 imóveis. De acordo com a PF, foram recuperados cerca de R$ 12,5 milhões de reais.
A investigação ocorre após denúncias feitas pela Caixa Econômica Federal, a qual afirma que, no período de abril a julho de 2020, uma agência lotérica de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, solicitou dinheiro ao banco no montante total de R$19,1 milhões para pagamentos do Auxílio Emergencial, sem prestar contas pelo valor recebido.
A proprietária da lotérica, que não teve a identidade divulgada, foi presa na primeira fase da operação, deflagrada em setembro de 2021. Na ocasião, foram apreendidos três automóveis de luxo, adquiridos por meio da lavagem de dinheiro do auxílio.
Em investigações feitas pela PF, foi descoberto que o dinheiro era lavado nas cidades de Belém (PA), Natal (RN) e São Paulo (SP), por meio da prática de agiotagem, abertura de empresas e compra de veículos e imóveis de alto padrão, geralmente em nome de parentes da investigada, usados como laranjas.
No final do 2021, dois irmãos da investigada devolveram R$ 2,2 milhões, metade desse valor em espécie e a outra metade em transferência bancária.
THESAURUS
O nome da operação – “tesouro” em latim – faz alusão à expressiva quantia desviada, suficiente para pagamento de mais de 30 mil cotas do Auxílio Emergencial, sendo assim, a maior fraude envolvendo o benefício já registrada no Brasil.
Fonte: DOL