Escola indígena promove ensino de robótica com temáticas da cultura dos povos originários.

Com o objetivo de promover a cultura dos povos originários nas comunidades, uma escola estadual indígena, localizada na terra indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, no Pará, desenvolveu um projeto de robótica que visa unir o ensino da programação com temáticas da cultura local.

Entre os destaques desenvolvidos pelo projeto “Robótica Krintuwakatêjê”, estão jogos com interação da língua indígena, como desafios da memória com figuras de pintura corporal.

Criado pela Escola Estadual Indígena Jathiati Parkatêjê, extensão da Escola Estadual Indígena de Ensino Infantil Fundamental e Médio Kojipokt, o projeto tem despertado o interesse de estudantes por ser, para a maioria, um cenário novo e inovador, segundo o cacique Rârãkre Parkatêjê.

“O projeto de robótica é uma coisa nova para a nossa comunidade. Eu mesmo falei com a professora Ariete que eu não entendia de nada, mas os nossos alunos se apaixonaram por esse trabalho. Eu vi a dedicação deles e passei a me interessar, me encantei muito com a robótica, porque não tem nem na nossa comunidade indígena, nem na nossa Mãe Maria”, explicou.

A professora mencionada é Ariete Moraes, responsável pelo trabalho em questão na localidade, que explica que o projeto não somente valoriza a cultura indígena, como passa a ser acessível para todos.

“Não existe aquela história de que o povo indígena não pode. A tecnologia deve ser acessível para todos, e quando a gente trouxe isso para eles, houve um interesse maior em relação a esse ensino-aprendizagem. Lá na frente eles vão poder perceber o quanto isso foi de valor e o quanto vão poder ajudar a comunidade deles no futuro”, explicou.

Alunos conseguem explorar novos cenários e imaginar futuros melhores

As experiências para os alunos são diversas e inovadoras. De acordo com Imayry Tojaretêrê, estudante do 4º ano do Ensino Fundamental, participar do projeto tem sido algo desafiador.

Entre as atividades executadas, os alunos puderam desenvolver energia elétrica, acionar aparelhos eletrônicos com aproximação de pulseiras, entre outros.

Para a estudante, a experiência dá esperança para planos maiores no futuro.

Na escola, a gente fala que é muito bom aprender isso e um dia podemos criar um foguete. Eu quero ser uma cientista porque eu quero ver o céu de perto”, contou a estudante.

FONTE: G¹ Pará.