Na manhã desta segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão contra pessoas que receberam informações da “Abin paralela”. Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para monitorar adversários políticos. Um dos alvos é Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para “incentivar e encobrir” o uso de um programa espião, o First Mile.
O First Mile é um programa adquirido pela Abin que permite ao usuário rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa a partir dos dados transferidos do celular do indivíduo para torres de comunicação da região. A ferramenta permite o rastreio de até 10 mil pessoas por ano.
Os investigadores ainda suspeitam que Ramagem utilizou da estrutura da agência para tentar fazer provas e relatórios em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.
CARLOS BOLSONARO NA MIRA
Bolsonaro diz que não espionou adversários. Ontem, durante uma live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, o ex-presidente afirmou que as informações não chegavam até ele e defendeu Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin.
É citado ainda que a Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura do ex-diretor da Abin como de “natureza gravíssima”.
Vale lembrar que desde 2018, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno já havia comentado que Carlos Bolsonaro possuía objetivos pessoais sobre serviços de inteligência e monitoramento.
Fonte: DOL