Outra questão é se ferramentas de monitoramento que o Brasil usa serão válidas caso o acordo seja, de fato, aprovado. Atualmente, o país monitora a produção de soja na Amazônia, mas ainda não estendeu a prática para o Cerrado, bioma que está incluso na nova legislação.
O impacto na carne bovina brasileira
Os especialistas ponderam que a Europa não terá grandes alternativas de fornecimento de carne bovina para substituir o Brasil, seu maior exportador. Especialmente quando o país está em um momento de expansão do rebanho, diferente dos grandes concorrentes (Estados Unidos, Austrália, Argentina e Uruguai).
Em outras palavras, a expectativa é que grandes frigoríficos não tenham problemas em se adequar ao acordo, desde que bem remunerado.
Como o Brasil monitora hoje
É importante lembrar que o Brasil consegue rastrear a produção do grão na Amazônia, por meio de imagens de satélites e resultado de iniciativa de ONGs e das próprias associações do setor, implementada em 2006, que ficou conhecida como “Moratória da Soja”.
Na comparação, a carne bovina brasileira é monitorada por meio do programa “Carne Legal”, resultado de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado em 2013 entre frigoríficos brasileiros e o Ministério Público Federal (MPF). A iniciativa, porém, está restrita apenas à Amazônia e só é possível monitorar o desmatamento na criação de gado em fazendas de fornecedores diretos/propriedades que vendem o boi direto para os frigoríficos.
Fonte: O Globo