O Pará tem registrado um elevado número de apreensões de drogas nos últimos meses. Um levantamento feito com dados da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Secretária de Segurança Pública (Segup) apontam que em 2022 foram apreendidas mais de 50 toneladas de entorpecentes nem todo o estado. As constantes apreensões revelam que o Pará pode estar na rota do tráfico internacional de drogas.
Os dados da PF indicam que na capital Belém, foram apreendidas 6 toneladas de drogas, enquanto que no Pará foram aproximadamente 45 toneladas, entre cocaína, maconha e ecstasy. A cocaína foi a droga com o maior número de apreensões.
Nas estradas e rodovias, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu mais de 2 toneladas de cocaína; 2.888 anfetaminas; 23 kg de crack; quase 707 kg de maconha e 153 kg de Skank durante fiscalizações pelo interior do estado. Na comparação com 2021, houve um aumento nas seguintes apreensões: 29% de cocaína e de 43% na quantidade de maconha. Logo, somando drogas, armas e munições, foram aproximadamente 500 milhões de reais de prejuízo ao crime organizado, em 2022.
Os dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) apontam que de janeiro a dezembro do ano passado, foram apreendidas pelo órgão mais de 3,2 toneladas de drogas entre cocaína e maconha no Pará. São apreensões que resultam não só em números, mas também em resultado nas ruas com o impedimento de ações criminosas advindas do tráfico.
No total, somando as apreensões do três órgãos de segurança, o Pará registrou aproximadamente 53,9 toneladas de drogas apreendidas somente em 2022.
Rota do tráfico
A localização geográfica do Pará e de alguns municípios do interior como Marabá, que liga a BR-153 a BR-230 (Transamazônica), pode facilitar parte do trajeto desses entorpecentes que chegam ao estado de diversas formas.
Segundo o especialista em segurança pública e professor da UEPA, Aiala Colares, o Pará está localizado em uma região amazônica, que exerce um papel central para o narcotráfico em nível nacional e internacional. “É praticamente uma rota obrigatória para o tráfico de cocaína de origem andina, ou seja, produzida em países como Peru, Bolívia e Colômbia. A Amazônia, por estar em um região de fronteira com esses países, acaba sendo uma região estratégica para o comércio de entorpecentes, sobretudo cocaína e Skank”, afirmou o geógrafo.
Aiala explica que o Pará seria uma grande área de trânsito para os entorpecentes, praticamente uma rota obrigatória, pois o estado possui vários municípios, rodovias e rios que são utilizados como rotas para o tráfico de drogas.
Combate
Segundo a Segup, as grandes apreensões são resultado do enfrentamento ao crime organizado e ao tráfico de drogas, principais focos das forças de investigação policial no estado.
O tráfico é fonte de renda das organizações criminosas e responsável por outros crimes, como homicídios, roubos e furtos, além do impacto familiar relativo à desestruturação causada pela dependência ou pela atuação de traficantes.
Destino das drogas após apreensão
Segundo a Segup, todo entorpecente apreendido é incinerado após procedimentos judiciais.
As drogas apreendidas são conduzidas da sede da Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) para cerâmicas onde o procedimento de incineração, autorizado pela Justiça, é realizado.
Denúncias
Para colaborar com a segurança pública na elucidação de crimes que já ocorreram ou que podem ser evitados, informações podem ser repassadas por meio dos canais oficiais do Disque Denúncia por meio da ligação convencional 181. O sigilo e o anonimato são garantidos.
Fonte: Roma News